Dennis tinha medo de ratos. É um medo irracional, dizia ela a Eva. Como se todos os medos não fossem irracionais; instintivos descontrolos do hipocampo e do córtex pré-frontal que obriga as amígdalas a soltarem os alarmes anatómicos.
Nos seus sonhos mais despertos, ele caminhava pela rua, destemido: tinha dois tigres dentes-de-sabre a protegê-lo. O medo deve desaparecer nos que são protegidos por duas bestas pré-históricas.
Infelizmente os tigres dentes-de-sabre tinham também eles medos, inclusive aos ratos. A protecção passa a inexistente, quando quem nos protege tem o mesmo medo que nós.
Dennis fartou-se de pensar em modos pré-históricos. Comprou um gato: estava pronto para, covardemente, enfrentar o seu medo dos ratos.